Título: ''Rumos da economia não mudam'', garante ministro
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/08/2005, País, p. A4

Durante a entrevista coletiva de mais de duas horas, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tentou afastar diversas vezes o temor de que a política econômica do governo Lula poderia sofrer alterações por conta da série de denúncias que atingem o Planalto. Para ele, ''os rumos da economia não mudam'' e a ''economia tem solidez''.

- Nunca ouvi o presidente Lula falar em guinada na economia - afirmou

Palocci afirmou não ver necessidade de aumento da ortodoxia da política econômica em função da crise política deflagrada pelas denúncias de corrupção:

- Os indicadores econômicos demonstram que não é necessário aumentar a ortodoxia da política econômica - afirmou ressaltando no entanto que é preciso ficar ''vigilante ao caminhar dos acontecimentos''.

- Também não podemos ser enfraquecidos. Não é porque a economia não reagiu mal à política, que os instrumentos podem ser enfraquecidos. Seria um grande engano. Um engano do tamanho do Brasil- ressaltou o ministro.

O ministro afirmou, ainda, que não será necessária uma ''blindagem'' do governo para assegurar o bom andamento da economia, como alguns especialistas têm defendido.

- Tivemos a condição necessária para tocar uma política que seja firme. Diria que nós, da política econômica, não carecemos de reforço - garantiu o ministro.

Para acalmar o nervosismo do mercado, Antonio Palocci mencionou alguns resultados que serviriam para demonstrar a ''solidez'' da política econômica do país. Ele citou a lucratividade das empresas, os números sobre geração de empregos formais, entre outros.

- O país está gerando empregos como nunca. Estamos gerando mais empregos do que todas as vagas abertas nos últimos 30 anos - destacou ele.

Palocci disse ainda, que as 500 maiores empresas do país tiveram o maior nível de lucratividade nos últimos 23 anos.

Na avaliação do ministro, a solidez demonstrada pela economia é resultado de um ''trabalho realizado nesses últimos dois anos e meio do governo''.

- Foi suficiente para posicionar a economia brasileira em condições de suportar qualquer turbulência e se manter firme, avante e com resultados e fundamentos sólidos.

Palocci também fez questão de ressaltar que não colocará em risco a economia por conta de sua manutenção no Ministério da Fazenda.

- Dei alternativas ao presidente. Disse que ele poderia trabalhar com qualquer alternativa. No teria nenhum problema pessoal com isso. Jamais vou usar a sensibilidade da situação econômica para segurar o cargo. Jamais vou dizer que a economia corre risco sem mim .