Título: Risco país recua para 400 pontos
Autor: Silvana Rocha, Mario Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/08/2005, Economia & Negócios, p. B15

Num dia politicamente mais calmo, já que não houve depoimentos às CPIs, o risco país caiu 0,99%, para 400 pontos, ainda alto. O motivo principal foi a alta dos juros pagos pelos títulos do Tesouro americano, em conseqüência da inflação para o produtor nos Estados Unidos, acima das expectativas. O A-Bond recuou 0,61%, vendido com ágio de 1,375%, o Ibovespa subiu 1,24%, o dólar caiu 0,13%, para R$ 2,354, e o paralelo avançou 0,11%, para R$ 2,63%. O mercado de juros passou o dia aguardando a decisão do Copom, que manteve a Selic, sem viés (ver página B1). Segundo um especialista, a disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano e a perspectiva de novos aumentos do juro básico nos EUA não devem desestimular o fluxo de recursos para o Brasil. "Para o investidor estrangeiro, os fundamentos macroeconômicos do Brasil ainda prevalecem sobre a crise política. E, a menos que a crise se agrave, a tendência é de os estrangeiros continuarem aproveitando o atraente diferencial de juros internos e externos", afirmou.

Na Bolsa, o pregão girou em torno da disputa pelo vencimento do Ibovespa futuro. Os "comprados" se deram melhor, ajudados pela queda do petróleo futuro, pelo quadro político calmo e pela alta das Bolsas em Wall Street - o Dow Jones subiu 0,35% e a Nasdaq, 0,38%. O volume financeiro ficou em R$ 4,568 bilhões, sendo R$ 1,208 bilhão correspondentes ao exercício de opções de Índice Bovespa Futuro.

"Não dá para falar em tendência. O mercado ficou em cima do vencimento de índice, e só volta à normalidade amanhã (hoje)", comentou um operador. Como a Selic ficou estável, a Bovespa tende a realizar lucros. As maiores altas do Ibovespa foram de Brasil Telecom Operadora PN (7,33%), Brasil Telecom Participações PN (5,64%) e NET PN (5,41%). As maiores quedas foram de Petrobrás PN (2,24%), Petrobrás ON (1,89%) e Souza Cruz ON (1,28%).

O comercial testou várias vezes a cotação máxima de R$ 2,358 (alta de 0,04%), mas não conseguiu se sustentar. No mercado futuro, os oito vencimentos de dólar negociados projetaram queda.

A divulgação, pelo Banco Central, de que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 7 milhões até o dia 10 estimulou a redução de posições "vendidas".