Título: Grupo Leão Leão e sucessor de Palocci rebatem acusações
Autor: Brás Henrique e Gustavo Porto
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/08/2005, Nacional, p. A6

RIBEIRÃO PRETO - O Grupo Leão Leão, acusado por Rogério Tadeu Buratti de pagar propina de R$ 50 mil por mês ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na época em era prefeito de Ribeirão Preto, e para outros prefeitos de cidades paulistas, divulgou nota ontem em que nega todas as acusações feitas por Buratti durante seu depoimento aos promotores e à polícia. De acordo com a nota, a única ligação do grupo com Palocci foi durante sua campanha a prefeito, quando fez doações, devidamente registradas na Justiça Eleitoral. Portanto, argumenta o grupo, as informações sobre o suposto pagamento de propina não são verdadeiras procedem. "As contribuições de campanha ao então prefeito Antonio Palocci foram feitas legalmente, registradas na Justiça Eleitoral. Portanto, não procedem as afirmações referentes ao suposto pagamento de propinas", diz a nota da empreiteira. "Convictos de que a Justiça esclarecerá a necessária verdade dos fatos, renovamos nossa crença nas instituições brasileiras"

EX-PREFEITO

O ex-prefeito de Ribeirão Preto Gilberto Maggioni (PT) também negou as acusações de Buratti sobre a existência de um esquema de propina. "É uma mentira deslavada e isso sobre a minha gestão é uma inverdade", rebateu Maggioni. "É talvez uma denúncia esperada pela situação de uma pessoa com várias acusações contra ela", acrescentou. Vice de Palocci, ele assumiu o cargo em dezembro de 2002, quando o então prefeito foi convidado para ocupar o Ministério da Fazenda, e exerceu o mandato até 2004.

Maggioni contou que pretende consultar um advogado, para decidir se vai entrar ou não com ação na Justiça contra Buratti. "Não sei ainda se vou me manifestar ou aguardar."

Ele não quis, no entanto, falar a respeito das acusações feitas por Buratti a Palocci. "Sobre esse passado, nada me diz respeito", argumentou.

TRANQÜILO

O secretário da Casa Civil da administração de Maggioni em Ribeirão Preto, Nelson Collela, citado por Buratti como emissário da propina de R$ 50 mil mensais para seu superior, também negou ter qualquer participação no esquema. "Nunca existiu e desconheço isso categoricamente", assegurou Collela. "Estou à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento. Estou tranqüilo."

As demais pessoas citadas por Buratti no depoimento não foram localizadas para comentar as acusações.