Título: 'Economia não depende de Palocci'
Autor: Cida Fontes, Raquel Massote e Odail Figueiredo
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/08/2005, Nacional, p. A18

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), destoou dos líderes tucanos ao comentar as denúncias contra o ministro Antonio Palocci, da Fazenda, e disse não acreditar que a economia possa entrar em crise por causa delas. "As denúncias dizem respeito ao Palocci, não à economia brasileira", alegou Bornhausen. "A economia brasileira não depende de Palocci, não depende do presidente Lula, nem mesmo do governo Lula", explicitou. Segundo o senador, "a economia vai bem e seguirá bem" porque está ancorada em dois eixos - no plano interno, o rigor do Banco Central com o cumprimento das metas inflacionárias e, no plano externo, a expansão da economia mundial.

"Nem a política rigorosa do Banco Central e muito menos o crescimento da economia mundial dependem de Palocci, esta é a verdade", assinala.

INTIMIDADE

Na avaliação do presidente do PFL, as denúncias de Rogério Buratti têm de ser investigadas a fundo, uma vez que o ex-assessor de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto continuava tendo intimidade e proximidade com o titular do ministério da Fazenda. A quebra do sigilo telefônico de Buratti pela CPI dos Bingos mostrou que ele era atendido ao telefone pelo ministro Palocci, ainda que o acionasse de madrugada.

Segundo o senador catarinense, a importância do cargo ocupado por Palocci e a intimidade do ministro com seu ex-assessor são fatos que tornam imprescindível uma investigação completa das denúncias apresentadas ao Ministério Público. Bornhausen fez as afirmações depois da divulgação da nota do ministro à imprensa.

"É preciso investigar todos os fatos imputados por Rogério Buratti ao ministro Palocci", reiterou. O senador acha que o ministro deve fornecer esclarecimentos objetivos, corretos e inquestionáveis à sociedade brasileira. "O ministro Antonio Palocci exerce um cargo relevante, mas não é imprescindível", advertiu Bornhausen.

Ao Congresso, segundo ele, cabe apurar todas as denúncias e acusações, mesmo quando elas têm como alvo o ministro da Fazenda. "A exigência da sociedade é a investigação de todas as denúncias e acusações contra quem quer que seja e o Congresso deve seguir nesse caminho", afirma.