Título: Achada freira morta por 'anjo loiro'
Autor: Ariel Palacios
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/08/2005, Internacional, p. A14

Astiz foi um dos mais frios e cruéis torturadores da ditadura. Ele foi o escolhido para infiltrar-se no grupo Mães da Praça de Maio, onde conseguiu informações para deter opositores do regime. Além de assassinar as freiras francesas, Astiz não hesitou em assassinar a estudante sueca Dagmar Hagelin, aos 17 anos. Ela era amiga de uma estudante procurada pelos militares por suspeitas de subversão. A jovem sueca fugiu dos repressores e foi morta com um tiro certeiro na nuca disparado por Astiz. Ao ver Dagmar cair no chão, Astiz gabou-se de sua pontaria.

Logo no início da Guerra das Malvinas, Astiz foi premiado por seus superiores com o cargo de governador-militar das Ilhas Geórgia. Pouco mais de um mês depois da posse, Astiz rendeu-se - sem dar um tiro sequer - às tropas britânicas que ali desembarcaram.

Ele assinou a rendição com a mão direita, enquanto segurava um copo de uísque com a esquerda. Com o fim da ditadura, Astiz foi julgado e condenado. Foi liberado pouco tempo depois, graças às leis de anistia aos militares, mas hoje, aos 54 anos, cumpre pena na Argentina.