Título: Para Alckmin, greve nas universidades não vai durar
Autor: Renata Cafardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/08/2005, Vida&, p. A20

O governador Geraldo Alckmin disse ontem que uma eventual reversão de seu veto ao aumento de verbas para a educação no Estado iria "contra o interesse público". Professores, funcionários e alunos da Universidade de São Paulo (USP) e alguns campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) iniciaram uma greve - alguns deles ontem e outros hoje - em protesto contra a decisão do governador. "É pequena, não vai durar", disse ele, sobre a paralisação. O movimento quer pressionar a Assembléia Legislativa a votar novamente o artigo na semana que vem. "Não me parece adequado para o Estado engessar mais o dinheiro. Como o orçamento não é elástico, isso (aumentar as verbas das universidades) significa tirar dinheiro do ensino fundamental e médio", disse Alckmin.

Com o veto, o orçamento das três universidades estaduais - USP, Unesp e Unicamp - continua representando 9,57% da arrecadação do ICMS; os deputados haviam aprovado a mudança do índice para 10%. O artigo previa também o aumento da porcentagem dos impostos destinados à educação, de 30% para 31%.

Ontem, a greve atingiu apenas parte da Cidade Universitária. Poucos alunos circulavam, pela manhã, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e na Escola de Comunicação e Artes (ECA), unidades que, tradicionalmente, aderem às paralisações. Algumas secretarias, bibliotecas e restaurantes não funcionaram.

"Ficaremos em greve até derrotar a política do governo", disse Claudionor Brandão, membro do comando da greve. Outras unidades, como a Faculdade de Economia e Administração (FEA) e a Escola Politécnica (Poli), funcionaram normalmente.

Na Unicamp, a assembléia de ontem ainda não decidiu pela paralisação. Foi aprovado o indicativo de greve e marcada nova assembléia para a quarta-feira. Na terça-feira, os grevistas da USP, Unesp e Unicamp fazem ato na Assembléia.