Título: 'Semelhantes, não iguais', diz Alencar
Autor: Eugênia Lopes e Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/08/2005, Nacional, p. A4

O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, adotou a mesma linha do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que defendeu penas brandas aos envolvidos nas denúncias do mensalão. Para o vice, nem todos os parlamentares incluídos na relação devem ser punidos com a perda de mandato. "Há no caso dessa lista muitas pessoas que podem ter participado de recebimento de recursos, de maneira diferenciada em relação a outras", afirmou. "Cada caso é um caso. Só porque são semelhantes não significam que sejam iguais." Sobre a sua possível saída do PL, o vice disse que "por enquanto" isso não "passou pela cabeça". "Embora não possa nunca afirmar que dessa água não beberei", ponderou Alencar, que postula uma candidatura à Presidência, ao governo de Minas ou ao Senado.

Ele atacou o presidente do PL, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, acusado de ser um dos distribuidores do mensalão. O vice negou que vá exigir a saída dele do comando do PL, mas disse que não há espaço na vida pública para crimes e falcatruas. "Se houver um crime por parte de um membro do partido, é natural que ele próprio se alije", afirmou. "Você pode ser um homem público, incompetente. Isso é uma marca, mas não letal. Marca letal é quando se atinge o comportamento ético." A uma pergunta se estava se referindo a Costa Neto, respondeu que estava falando genericamente.

"Não temos problemas com o Valdemar", disse o deputado João Caldas (PL-AL). Hoje, a bancada se reúne em Brasília.