Título: Quinze bancos ainda devem informações à CPI dos Correios
Autor: João Domingos e Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/08/2005, Nacional, p. A8

A CPI dos Correios fechou a lista, à qual o Estado teve acesso, de estabelecimentos bancários que não entregaram as informações requisitadas pela comissão, seja alterando documentos requeridos ou deixando de enviar dados de correntistas que tiveram o sigilo de suas contas quebrado. Ao todo, 15 bancos deixaram de enviar dados referentes a 53 contas correntes de pessoas físicas ou jurídicas. Com isso, a CPI não teve acesso a dados dos principais investigados, como o deputado José Dirceu (PT-SP), o empresário Marcos Valério de Souza, sua mulher e sócia, Renilda Santiago, e as empresas de publicidade do casal, SMPB e DNA.

Petistas importantes também não puderam ter seus dados checados até agora, como o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex-secretário geral Silvio Pereira.

A CPI estuda medidas judiciais contra esses bancos, que podem ser enquadrados por crimes financeiros, desobediência civil, peculato e até lavagem de dinheiro, caso as informações tenham sido sonegadas de forma dolosa, para ocultar atividades ilegais. Os requerimentos de quebra de sigilo foram aprovados entre o fim de junho e a primeira semana de agosto.

O Banco Rural e o Banco do Brasil são os campeões de sonegação, pela lista da CPI. O Rural não mandou, por exemplo, os dados de Maurício Marinho, ex-diretor dos Correios filmado recebendo propina.

A falta de colaboração dos bancos foi relatada ao diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, por uma delegação interpartidária da CPI, integrada pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC), e pelos deputados Ônix Lorenzoni (PFL-RS) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). A CPI fechou ontem um acordo com a PF para troca de informações.