Título: Estrangeiros ajudam Bolsa a subir
Autor: Mario Rocha, Silvana Rocha e Lucinda Pinto
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/08/2005, Economia & Negócios, p. B14

Mesmo com a nova alta do petróleo futuro e a queda das Bolsas em Nova York, o Ibovespa fechou em alta de 0,80%, ajudado pelos investidores estrangeiros. O dólar recuou 0,04%, para R$ 2,384, o paralelo perdeu 0,27%, para R$ 2,63, o risco país ficou estável em 412 pontos e o A-Bond avançou 0,25%, vendido com ágio de 2,65%. O volume financeiro continuou fraco, R$ 1,241 bilhão, mas melhorou quase 50% em comparação com a véspera. A melhora no movimento de negócios deveu-se principalmente à volta dos recursos estrangeiros ao mercado. "Os gringos estavam ausentes das compras nos últimos dias, mas voltaram a garantir a alta da Bolsa", comentou um operador.

A disparada do petróleo fez com que as bolsas em Wall Street passassem toda a sessão em terreno negativo - o Dow Jones recuou 0,48% e a Nasdaq, 0,37%. Mas os detentores de papéis da Petrobrás receberam bem o avanço da commodity. As ações ordinárias fecharam na máxima do dia, em alta de 2,77%, e a PN subiu 1,53%. Petrobrás PN foi também o papel mais negociado.

As maiores altas do Índice Bovespa foram de TIM Par ON (3,90%), Cemig PN (3,36%) e Cemig ON (2,95%). As maiores quedas foram de Celesc PNB (1,71%), Telesp Celular Par PN (1,70%) e Ipiranga Petróleo PN (1,48%).

A movimentação em torno da rolagem de contratos futuros na BM&F neutralizou o impacto que o petróleo e o fluxo ligeiramente negativo poderiam ter sobre o mercado cambial. A taxa média do comercial (ptax) de venda fechou em queda de 0,56%, para R$ 2,3861.

A disputa entre "comprados" e "vendidos" a futuro assegurou um aumento de 53% no giro financeiro à vista, para US$ 2,291 bilhões. No mercado futuro, o volume financeiro negociado saltou 49%, para US$ 15,48 bilhões. Pela 25.ª vez consecutiva, o Banco Central informou não fará oferta de swap cambial reverso esta semana.

Além do petróleo, o leilão de títulos prefixados pressionou os contratos futuros de juro. O Tesouro vendeu integralmente 2 lotes de 750 mil e 3 milhões de LTNs para abril de 2006 e janeiro de 2007, mas não vendeu todo o lote de 300 mil papéis com vencimento em janeiro de 2008. Isso mostra que o apetite por prefixados não está totalmente restabelecido, principalmente pelos mais longos.