Título: Delcídio acusa Banco do Brasil de boicotar trabalho da CPI
Autor: Diego Escosteguy
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/08/2005, Nacional, p. A12

O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), está convencido de que a comissão sofre boicote por parte dos bancos do Brasil, Rural e de Minas Gerais (BMG), que protelam o envio dos dados sigilosos relativos às contas das agências SMPB e DNA, do empresário Marcos Valério, e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP). Segundo Delcídio é nítida a "operação-tartaruga" dos bancos, que ele atribui à tentativa de preservar prováveis atingidos pela quebra dos sigilos. O Banco do Brasil (BB) chegou a enviar extratos errados, como se fossem de Dirceu. "Já mandaram até extrato de loja de fio elétrico, menos o que foi pedido", desabafou ao Estado.

O senador já comunicou ao presidente do BB, Rossano Maranhão, que a tolerância da CPI com a lentidão do banco acabou e que cogita pedir providências judiciais para fazer valer a autoridade do Congresso. Ontem, Delcídio queimou mais uma etapa na tentativa de evitar ações mais radicais em relação ao banco, apelando ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ele próprio um possível investigado pela CPI depois das denúncias do ex-assessor Rogério Buratti.

Em relação ao BMG, a desconfiança é de que a instituição esteja preservando políticos que teriam comprovada, com a quebra do sigilo, participação em caixa 2 de campanha.

Já o Banco Rural - que já tem suas ramificações no exterior mapeadas e sendo investigadas - poderia ver sua situação ainda mais agravada. Além disso, a possibilidade de o banco ter cometido fraudes é cada vez mais forte para a CPI.