Título: Alckmin reajusta água em 9% e critica União
Autor: Jander Ramon e Vinícius Pinheiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/09/2005, Metrópole, p. C3

A conta de água e o serviço de coleta de esgoto ficaram 9% mais caros ontem para os paulistas. Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp), o reajuste foi necessário para cobrir o aumento de custos e a alta na Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), imposto federal, o que provocou críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à União. O reajuste na tarifa da Sabesp já estava previsto, só que seria menor. A companhia tinha decidido aplicar 7,18%, porcentual um pouco superior à variação da inflação nos últimos 12 meses medida pelo IPCA - o índice, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 6,57%. O aumento iria bancar gastos com insumos como energia elétrica e produtos químicos para tratamento da água.

Mas o governo federal reajustou a Cofins, aumentando os custos da estatal. De acordo com Alckmin, só o recolhimento de Cofins na Sabesp saltou de R$ 187 milhões para R$ 348 milhões por ano.

Para não prejudicar os consumidores, a Sabesp decidiu não repassar de uma só vez o aumento da Cofins. O índice foi dividido em dois. Parte dele foi aplicada agora e o resto ficará para o próximo reajuste da tarifa. "O porcentual não repassado nesta data (1,94%) será acumulado ao porcentual de reajuste a ser apurado para o próximo período", informou a empresa, em comunicado oficial.

Alckmin disse que fez o possível para não onerar o consumidor e culpou o governo federal pela alta na conta de água. "Não deixei o reajuste passar de 9% e mandei discriminar nas contas o quanto se refere a imposto, para as pessoas saberem que não estão pagando só a água, mas grande parte de tributos federais em cima da água e zero de imposto estadual", afirmou Alckmin. "O governo federal está transformando as empresas em arrecadadoras de impostos."

FAIXAS

Com o aumento de 9% nas contas, a tarifa para residências na capital, por exemplo, sobe de R$ 10,27 para R$ 11,19 na faixa de consumo de até 10 metros cúbicos de água por mês. Para imóveis comerciais, o valor passou de R$ 4,00 para R$ 4,36 por metro cúbico utilizado de água, na faixa de consumo de 11 a 20 m3.