Título: País ainda perde entre os emergentes
Autor: Adriana Fernandes, Leonardo Goy e Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/09/2005, Economia & Negócios, p. B3

Apesar dos bom resultado do PIB do segundo trimestre, o Brasil ainda perde para a maioria dos emergentes em taxas de crescimento. No mais recente levantamento da revista The Economist, Brasil, Polônia e Hungria dividiam a "lanterninha" - com 2,9% de crescimento do PIB no primeiro trimestre, perdiam de todos os outros emergentes do índice, que acompanha 25 países. Com o resultado de 3,9% de crescimento do PIB no segundo trimestre (em comparação com o segundo trimestre de 2004), o Brasil subiu no ranking de crescimento. Está em 18º lugar, à frente da Colômbia, Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, México, Hungria e Polônia. Mas ainda perde de longe para o campeão do crescimento, a Venezuela (11,1%), China (9,5%), Argentina (8%), Índia (7%) e Chile (6,5%). Um dos motivos que impedem um maior crescimento no Brasil é a falta de crédito e investimento. Mas, segundo relatório do economista Njundu Sanneh, da agência de classificação de risco Moody's, em Nova York, o crédito vem crescendo rapidamente no País. Em junho de 2004, o crédito correspondia a 43% do PIB brasileiro. Em maio deste ano, chegou a 51%. "O crédito está crescendo mais rapidamente do que o PIB brasileiro", diz Sanneh. "Isso é muito bom para o crescimento, desde que os bancos mantenham prudência na concessão de empréstimos."

Na maioria dos países da América Latina, o crédito cresce de forma muito lenta. "Uma expansão na atividade econômica como a que ocorreu na América Latina nos últimos dois anos normalmente vem acompanhada de um crescimento no crédito para financiar projetos", diz. Mas o crescimento da economia levou a um aumento de crédito apenas no Brasil, Chile, Equador e México, entre todos os países da região.