Título: Limitação à venda de calçados já era prevista
Autor: Leonardo Goy
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/09/2005, Economia & Negócios, p. B7

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, disse que a decisão do governo argentino de estabelecer licenças não-automáticas para a importação de calçados faz parte de um acordo fechado em julho entre Brasil e Argentina. Segundo Ramalho, o acordo, que teve a participação dos setores calçadistas dos dois países, prevê que o Brasil manterá as vendas de calçados no mercado argentino entre 13 milhões e 15 milhões de pares por ano, dentro dos limites da série histórica das exportações. "Esse montante, mesmo para os exportadores brasileiros, é considerado satisfatório", disse. Ele esclareceu que no momento em que o Brasil se dispõe a fazer um acordo que retenha o eventual crescimento dessas exportações, isso poderá desencadear o crescimento das exportações de calçados de outros países para a Argentina. "Por isso, ficou estabelecido que o governo argentino deveria monitorar todas as suas importações de calçados por meio das licenças não-automáticas", disse.

Mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não quis comentar a questão. "Eu não vi, não vou fazer comentários", afirmou, depois de uma exposição na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Amorim disse que apenas poderia tratar as questões comerciais entre os dois principais sócios do Mercosul de forma geral. "Todas as pendências, ou quase todas, têm sido resolvidas de maneira positiva. O comércio bilateral continua crescendo", afirmou.