Título: BB e Rural garantem ter passado os dados pedidos
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/09/2005, Nacional, p. A14

Os bancos Rural e do Brasil, apontados pela CPI dos Correios como campeões de sonegação de informações sobre contas de clientes com sigilo quebrado, rebateram ontem a acusação por meio de notas. As duas instituições alegam que atenderam a todas as solicitações da CPI dentro do prazo e enviaram as respostas por intermédio do Banco Central. Os dois bancos esclareceram, por meio da assessoria, que não podem ser responsabilizados, caso o Banco Central tenha retardado o repasse dos dados.

A CPI analisa medidas judiciais contra os estabelecimentos que sonegaram informações e vai pedir explicações à diretoria do Banco Central para a responsabilidade pela sonegação ou atraso na remessa de dados.

Para o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), tem havido má vontade generalizada de órgãos do governo com os trabalhos da CPI. "Eles têm retardado, truncado e evitado enviar dados que pedimos", relatou o parlamentar. Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Senado, o atraso no envio de informações está atrapalhando a conclusão dos trabalhos da comissão.

A lista de bancos com pendências junto à CPI, publicada na edição de ontem do Estado, revela que 15 bancos deixaram de enviar à CPI os dados referentes a 53 contas-correntes de pessoas físicas e jurídicas. A omissão, segundo membros da CPI, dificulta o esforço do Congresso para apurar as denúncias de corrupção, bem como a punição dos envolvidos nas irregularidades.

Na sua nota, o Banco Rural alega acreditar "no valor da transparência e da ética" e acrescenta que cumpriu todas as suas obrigações, não restando qualquer pendência. Mais enfático, o Banco do Brasil informa em sua nota que "não admite qualquer inferência de que estaria sonegando, manipulando ou dificultando o fornecimento de informações de qualquer espécie tanto junto às CPIs quanto ao TCU (Tribunal de Contas da União)".

O banco estatal informa que, desde o início dos trabalhos da CPI, "montou uma força-tarefa, em tempo integral, inclusive nos fins de semana, para se dedicar exclusivamente à organização de cópias de documentos e recuperação de dados.

Desde então, foram gerados cerca de 600 mil linhas de informações (origem, destino, documento etc.) para as CPIs". Essas fontes, conforme a nota, produziram 23.500 cópias de documentos físicos obtidos nos diversos arquivos do banco no País.