Título: Comgás é a referência do cálculo
Autor: Agnaldo Brito
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/09/2005, Economia & Negócios, p. B3

UM POUCO MAIOR: A Comgás, maior distribuidora de gás do Estado de São Paulo, serviu de base para os cálculos de reajuste que deverão ser repassados para os consumidores entre dezembro e janeiro. "A Comgás é a maior distribuidora. Tomá-la como referência ajuda a dar uma idéia do reajuste que será repassado em São Paulo. As diferenças para as outras concessionárias serão marginais", disse Zevi Kann, comissário-chefe da Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE). Isso significa que os repasses para as duas outras concessionárias de gás no Estado serão ligeiramente maiores.

A razão está na origem do insumo. O gás natural distribuído pela Comgás em São Paulo tem origem na Bolívia, na proporção de 75%, e na Bacia de Campos (RJ) os 25% restantes. No caso das duas outras distribuidoras, a origem é toda das reservas bolivianas. Pelos reajustes anunciados pela Petrobrás, o peso do aumento será maior para os consumidores de gás importado.

Os aumentos ocorrerão em duas datas. A primeira, agora em setembro, já foi repassada. A segunda ocorre em novembro. Com isso, os reajustes cumulativos para o gás da Bolívia (entre Petrobrás e distribuidoras) será de 24,3% (13% e depois 10%) e para o gás nacional de 11,8% (6,5% e depois 5%).

Além de ligeira elevação, fruto da diferença entre as concessionárias, os porcentuais gerais podem ser elevados se a Petrobrás decidir repassar custos residuais deixados à parte no atual reajuste.

"Além disso, há a variação cambial que também pode afetar o preço. Se estas duas variáveis não ocorrerem, os reajustes serão os definidos na simulação", afirma Zevi Kann.