Título: Doações superam ritmo do 11/9 e do tsunami na Ásia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 08/09/2005, Internacional, p. A10

Os americanos estão abrindo a carteira com tanta rapidez e generosidade que as doações às vítimas do Katrina já superaram os esforços da primeira semana de ajuda aos afetados pelo tsunami asiático do ano passado e dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Na terça-feira, entidades beneficentes dos EUA já haviam levantado mais de US$ 500 milhões - mais que o dobro dos US$ 239 milhões doados nos primeiros dez dias após o 11 de Setembro e mais que o triplo dos US$ 163 milhões arrecadados nos nove dias depois do tsunami. Dos US$ 500 milhões, US$ 409 milhões foram arrecadados pela Cruz Vermelha americana - cinco vezes mais que os US$ 79 milhões que vieram na semana que se seguiu ao tsunami. A avalanche de doações aliviou as preocupações de algumas entidades de ajuda que temiam dificuldades em arrecadar porque muitos americanos contribuíram no início do ano para as vítimas do tsunami.

Os trabalhadores das agências humanitárias dizem que os danos provocados às pessoas e aos lugares são tão grandes que ainda serão necessários vários bilhões de dólares para mitigar o sofrimento da população ao longo da Costa do Golfo.

As doações para as vítimas do 11 de Setembro atingiram até agora US$ 2,2 bilhões. Para o tsunami, as entidades beneficentes americanas já arrecadaram US$ 1,3 bilhão, segundo cálculos da publicação The Chronicle of Philanthropy.

"A preocupação é que as doações não acompanhem o ritmo do trabalho", disse o porta-voz da Exército da Salvação, major Timothy Lyle.

AJUDA EXTERNA

Os EUA também já aceitaram cerca de US$ 1 bilhão em doações oferecidas por 95 países, incluindo a Venezuela, de acordo com o Departamento de Estado. Outras ofertas, ainda estão sob análise do departamento.

O oferecimento pelo Irã de 20 milhões de barris de petróleo foi rejeitado porque Teerã o havia condicionado ao levantamento das sanções de Washington ao país. A disposição de Cuba de enviar aos EUA cerca de 1.600 médicos também foi rejeitada pela Casa Branca. "De Cuba, o que esperamos é que Fidel Castro dê liberdade a seu povo", disse o porta-voz Scott McClellan.