Título: Propina tem novas testemunhas
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/09/2005, Nacional, p. A7

O ex-gerente administrativo do restaurante Fiorella da Câmara Izeílton Carvalho de Souza citou ontem mais uma testemunha para provar que o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), recebia propina em 2003 de Sebastião Buani, dono do estabelecimento. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele disse que o chefe dos garçons do restaurante, identificado apenas como Ribamar, era testemunha do mensalinho. E voltou a citar o empresário Marcelo Parcia, que foi sócio de Buani no Fiorella do shopping Pátio Brasil, em 2003.

Izeílton contou que ajudou a escrever os relatórios feitos por Buani, que trazem detalhes do funcionamento do mensalinho - Severino, então primeiro-secretário da Câmara, teria recebido R$ 10 mil mensais para prorrogar a concessão do Fiorella na Casa. Segundo ele, o pagamento era feito pela ex-gerente financeira do estabelecimento Gisele Buani, filha do empresário.

R$ 10 mil mensais, em 2003, para manter a concessão do Fiorella, pagos por

fez revelações ontem, em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, sobre o esquema do mensalinho cujo personagem principal é o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE). Souza apresentou duas novas testemunhas do caso, o chefe dos garçons do restaurante, identificado apenas como Ribamar, e o empresário Marcelo Percia, que também é dono do estabelecimento da Câmara.

Izeílton contou que ajudou a escrever os relatórios feitos pelo dono do restaurante, Sebastião Buani, que trazem detalhes do funcionamento do mensalinho. Como parte desse esquema, Severino, então primeiro-secretário da Câmara, teria recebido R$ 10 mil para autorizare o aumento de preços cobrado dos restaurantes, o que ocorreu em janeiro de 2003. Segundo o Souza, o pagamento era feito pela ex-gerente financeira do estabelecimento, Gisele Buani, filha do empresário.

"O pagamento era feito à vista, mas consta do pagamento um cheque de R$ 10 mil, pago no Bradesco, onde foi pago o cartão de crédito de Severino", afirmou o ex-funcionário de Buani. Segundo ele, as testemunhas poderão comprovar sua acusação.

De acordo com Souza, Ribamar é quem levaria o dinheiro da propina a Severino Cavalcanti. Já Percia seria testemunha do caso, porque teria recebido a proposta feita por Buani para que pagasse um cartão de crédito de Severino no valor de cerca de R$ 8 mil. "Ele (Percia) arrendou o Fiorella do Pátio Brasil (um shopping de Brasília) e tinha dívidas com o Buani e o Buani, para sanar estas dívidas com ele, levou o cartão de crédito do primeiro-secretário Severino (...) Como ele achou que não devia esse valor não pagou o cartão de crédito do Banco do Brasil", contou Souza, em entrevista à Rede Globo.

O ex-gerente contou ainda que entregou à Polícia Federal o contrato de gaveta que autorizou a prorrogação por três anos do prazo para exploração do restaurante da Câmara. Segundo ele, a acusação pode ser comprovada pela PF com a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Buani e Severino. Ele disse que Buani também pode confirmar a denúncia.