Título: Índice é maior que o registrado em algumas cidades dos EUA
Autor: Lígia Formenti
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2005, Metrópole, p. C4

BRASÍLIA - A coordenadora do Programa de Mananciais do Instituto Socioambiental, Marussa Whately, classifica como "exorbitante" o nível de consumo de água verificado no Lago Sul. Um índice superior ao de alguns bairros de São Paulo, como Higienópolis, e de algumas cidades americanas. "Em alguns Estados dos EUA, o país do desperdício, o nível chega a 600 litros diários por pessoa", diz. A diferença de 200 litros é mais do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma pessoa. Para Marussa, o índice assusta por duas razões. Além de ser altíssimo, é registrado numa região onde a oferta de mananciais não é farta. "Preocupa ainda o fato de as áreas de mananciais que servem o Distrito Federal já apresentarem ocupação desordenada."

Isso pode fazer com que na região se repita o problema enfrentado hoje por São Paulo, com as Represas Billings e Guarapiranga. "O crescimento desordenado compromete a qualidade da água e promove a impermeabilização do local."

Para ela, é difícil mudar o padrão de consumo, por isso a cobrança prevista pelo uso será essencial. "É preciso atribuir valor econômico ao que é base de todas as atividades."