Título: Direito à 'refundação' também é motivo de briga
Autor: Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/09/2005, Nacional, p. A6

Tão grave é a crise vivida no PT que, a menos de 15 dias para a eleição que vai escolher o novo presidente e 81 integrantes do Diretório Nacional, vários grupos do partido disputam o direito de "refundar" o PT. O presidente interino, Tarso Genro, lançou no sábado um manifesto pela renovação profunda da legenda, assinado pelo candidato do Campo Majoritário, Ricardo Berzoini. A campanha de Raul Pont, candidato da Democracia Socialista usa o mesmo mote. "Não só defendemos a refundação como marcamos para o dia 12 um debate com intelectuais e fundadores do partido para tratar do assunto", disse o secretário de Formação Política do PT e um dos coordenadores da campanha de Pont, Joaquim Soriano. O economista Paul Singer e Zilah Abramo já teriam confirmado presença. "O Tarso vai e convidamos todos os candidatos a presidente."

O documento apresentado por Tarso, assinado também pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (SP) e pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, entre outros, deve ter novas adesões. A mais esperada, segundo integrantes do grupo, é a do secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci.

"O PT não tem de ser refundado, simplesmente. Não podemos ignorar nossa história", disse a candidata do Movimento PT, corrente de centro, deputada Maria do Rosário. A idéia enfrenta resistência dentro do próprio Campo Majoritário, que rachou com a iniciativa de Tarso. "Trata-se de um movimento para formar uma nova maioria no partido", disse o presidente interino. "O documento é um programa de trabalho para o futuro do partido." .