Título: Revisão faz País subir no ranking de 2004
Autor: Lisandra Paraguassú
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/09/2005, Vida&, p. A22

No ano passado, o Brasil apareceu em 72º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), no entanto, atualizou e revisou os indicadores este ano. Por causa dessas mudanças, além da divulgação do relatório de 2005, foram recalculados os números de 2004. Assim, o Brasil passou para a 63ª posição, a mesma alcançada no relatório divulgado ontem - em 2003 havia ficado na 65ª. A revisão ocorreu depois de muita confusão. O resultado de 2004 irritou o governo brasileiro. O então ministro da Educação, Tarso Genro, reclamou publicamente pelo fato de a ONU usar dados de alfabetização e matrícula defasados. Depois disso, o próprio governo brasileiro repassou para a Unesco, que compila os dados de educação, novas fontes para as informações.

O IDH leva em conta dados de 177 países sobre longevidade, educação e renda. São usadas as informações sobre taxa de alfabetização, taxa de matrícula no ensino básico, PIB per capita e expectativa de vida. A cada ano, um relatório e o ranking são produzidos com os indicadores mais recentes, normalmente que retratam o país de dois anos antes.

Os dados de cada nação são fornecidos por agências estatísticas internacionais ou outras instituições especializadas, como Unesco e Banco Mundial. A partir deles, uma equipe independente escolhida pelo Pnud calcula o IDH.

O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo; os de índices entre 0,500 e 0,799 - como o Brasil - apresentam médio desenvolvimento humano; e IDH superior a 0,800 significa desenvolvimento humano alto.

O primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) foi divulgado em 1990. O objetivo, segundo a ONU, era mostrar que as condições de vida dos cidadãos de cada país são importantes quando se fala em desenvolvimento. O relatório de 2005 servirá de subsídio para a Assembléia Geral das Nações Unidas, que começa no dia 14.

Este ano foi feita uma revisão e atualização dos indicadores, tanto na metodologia quanto nos dados usados.

A taxa de alfabetização do Brasil, por exemplo, é fornecida pela Unesco. Para o relatório de 2005, a entidade atualizou os dados com informações conseguidas a partir de estudos e pesquisas nacionais.