Título: No aeroporto em NY, uma cena de constrangimento
Autor: Luciana Nunes Leal
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/09/2005, Nacional, p. A4

Severino Cavalcanti e sua mulher, Amélia, passaram por um cena constrangedora ao desembarcar no Aeroporto JFK, em Nova York, na manhã de ontem. O casal não foi aprovado na primeira entrevista com a imigração e foi obrigado a permanecer cerca de 15 minutos em uma sala para onde vão os imigrantes que não estão com a documentação em ordem. Ali, um constrangimento ainda maior: Amélia, que estava com um passaporte comum e tinha apenas um visto de turista, teve de deixar sua impressão digital nos registros da imigração para entrar nos Estados Unidos. Severino, que tinha visto de trabalho e um passaporte diplomático, não precisou deixar a sua digital.

Um diplomata brasileiro, a postos para assessorar Severino e Amélia, disse que a diferença entre os vistos e os passaportes chamou a atenção da imigração americana, que resolveu barrá-los para averiguações.

Severino aguardou o vôo para Nova York na sala VIP do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Mesmo depois de chamados para o embarque, ele e a mulher não se apresentaram.

O vice-presidente da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), que estava no vôo, procurou manter a calma e foi um dos poucos que acreditaram que Severino iria mesmo para Nova York. Jornalistas que estavam no avião chegaram a ligar para as redações avisando que Severino teria desistido de viajar.

Mas, poucos minutos antes de as portas se fecharem, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi o primeiro a vê-lo. "Ele fez como as grandes estrelas: só entrou no final", disse. No mesmo vôo estava o ator Fábio Assunção, cuja presença foi ofuscada pelo suspense com o embarque do deputado.

Durante o vôo, Severino comeu uma entrada de camarão e massa como prato principal. Em Manhattan, visivelmente cansado, ainda enfrentou um café da manhã na casa do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg.