Título: Em NY, cochilos e contratempos
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/09/2005, Nacional, p. A5

Severino enfrentou outros contratempos, ontem em Nova York. Logo cedo, viu-se abandonado pelos assessores. Eles o deixaram no salão do Conselho Tutelar, onde seria tirada a fotografia dos presidentes de parlamentos de todo o mundo ao lado do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Como não sabe inglês, Severino demorou a entender que precisava de um número para a sua exata localização na foto do evento. Ele ficou com o número C18 e ficou na terceira fila. Era o primeiro à esquerda, atrás do representante do parlamento de Gana e na frente do presidente do Congresso de Botsuana. À sua direita estava o representante da Bulgária. Ao comentar sobre a fotografia, onde aparecia entre inúmeros parlamentares, Severino disse: "Prefiro continuar presidente da Câmara a ser um simples deputado". Disse que ali ele não era apenas um parlamentar, mas o representante do parlamento brasileiro. Ainda pela manhã, durante o debate, ele chegou a cochilar. No Hotel Milennium, onde foi recebido pelo deputado Geert Versnick, candidato a presidente da União Interparlamentar, Severino mostrou-se mais uma vez deslocado. Ele se aproximou do presidente do parlamento da Armênia e, com a tradução da assessora, foi logo avisando que em João Alfredo, sua cidade natal, havia muitos armênios. O parlamentar ouviu polidamente e logo se afastou. Em seguida, Severino encontrou um deputado belga e falou mais uma vez de Pernambuco, seu tema preferido. Deu sorte. O deputado já tinha estado em Olinda e Recife, o que fez Severino vibrar.

À tarde, voltou a cochilar e esta vez a gafe foi mais grave. Enquanto ele dormia, estava discursando o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Depois foi paparicado pelos dois principais candidatos à presidência da União Inter-Parlamentar: o búlgaro Bersinick e o italiano Casini. Depois de um encontro com o presidente da Assembléia da China, foi ao restaurante Cipriani Wall Street jantar com o candidato italiano.

Hoje, ele discursa por quatro minutos na II Conferência Mundial dos Presidentes de Parlamento. Antes, participa de um café da manhã no Conselho das Américas. Vai tentar convencer os investidores estrangeiros de que a crise política não afetará a economia.