Título: Grupo não aceita Dirceu e abandona chapa no PT
Autor: Ana Paula Scinocca e Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/09/2005, Nacional, p. A10

Prevaleceu a sabedoria popular: "Os incomodados que se mudem." Revoltados com os rumos do partido e do Campo Majoritário - união de correntes moderadas que domina o PT -, petistas estão saindo da chapa inscrita pelo grupo para a eleição do Diretório Nacional, no dia 18.

Com a decisão do Campo de manter na chapa o deputado José Dirceu e outros parlamentares acusados de envolvimento no mensalão, o presidente interino do PT, Tarso Genro, já desistira de disputar a vaga e até de integrar o diretório. Nesta semana, as deputadas paulistas Telma de Souza e Mariângela Duarte abandonaram oficialmente a chapa. A secretária de políticas para mulheres do governo Lula, Nilcéa Freire, ameaça fazer o mesmo.

E a lista pode aumentar, a 9 dias da eleição do diretório. "As dissidências podem crescer, mas não há debandada, o movimento está contido", diz um dirigente petista. Há desistências ainda no Campo nos diretórios estaduais.

REFUNDAÇÃO

E se depender de Tarso Genro, a "refundação" do partido começa na segunda-feira. Ele, o secretário de Formação Política do PT, Joaquim Soriano, e outros dirigentes vão patrocinar um ato pela renovação profunda do partido, independentemente das correntes que o dominam.

A idéia é fazer um programa mínimo comum que sirva de referência para o novo comando. O ato será às 19 horas no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo. "É uma iniciativa inovadora, acima das divergências das correntes", disse Tarso.

Os candidatos a presidente do PT foram convidados. Ricardo Berzoini, do Campo, e Raul Pont, da Democracia Socialista, já aderiram. E foram chamados os governadores do PT, Jorge Viana (AC), Wellington Dias (PI) e José Orcírio de Miranda, o Zeca do PT (MS), e os prefeitos.