Título: BNDES faz empréstimo de R$ 84,9 milhões para a TAM
Autor: Mariana Barbosa e Alessandra Saraiva
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2005, Economia & Negócios, p. B12

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem um financiamento de R$ 84,9 milhões para a TAM Linhas Aéreas. Segundo o banco, os recursos serão destinados à ampliação das instalações e dos serviços prestados no centro de manutenção da companhia, o Centro Tecnológico de São Carlos (SP). Inaugurado em 2001, o centro realiza a manutenção das aeronaves da TAM e também de terceiros, incluindo o "AeroLula", a aeronave presidencial. De acordo com o BNDES, o financiamento representa 7,3% dos investimentos totais da empresa para 2005, que devem chegar a R$ 1,16 bilhão até o fim deste ano. O projeto da TAM prevê criação de 1.500 empregos diretos, que serão acrescidos ao quadro de 7.500 funcionários da companhia.

A empresa pretende ainda usar parte dos recursos do financiamento para aprimorar as tecnologias de seu portal de distribuição de bilhetes pela internet, o e-TAM. "O e-TAM irá gerar uma economia de US$ 33 milhões este ano, com a perspectiva de aumentar esse valor para o próximo ano", afirmou o presidente da empresa, Marco Antonio Bologna. Ainda na área de tecnologia, a companhia pretende economizar US$ 18 milhões, a partir do ano que vem, com a terceirização.

EMBRAER

Além do empréstimo anunciado ontem, é grande a expectativa na TAM para o lançamento de uma nova linha do BNDES para financiar a compra de aviões da Embraer. O presidente do banco, Guido Mantega, informou na semana passada que a linha deverá estar disponível até novembro. Bologna já manifestou, repetidas vezes, seu interesse na aquisição de aeronaves Embraer 190, mas que para isso são necessários uma linha de financiamento em reais e descontos no ICMS.

Até o fim do ano, a empresa irá informar se mantém, dentro de seu modelo de negócios, aeronaves de cem lugares. Hoje, esses vôos de menor densidade são realizados com Fokker 100, que estão com contratos vencendo e em processo de devolução.

"Se a decisão for por manter esse tipo de aeronave na frota, temos duas opções em análise, o A318 (Airbus) e o Embraer 190", afirma o diretor de Desenvolvimento Corporativo da TAM, Alberto Fajerman. "Tecnicamente, o Embraer é excelente, mas ele se torna anticompetitivo com um ICMS de 17% e sem financiamento. Se isso for resolvido, ficará extremamente competitivo."

Líder no mercado doméstico com 44,3% de participação, a TAM se tornará uma das maiores empresas em volume de capital pulverizado em Bolsa no País, ranking liderado pela Renner. A empresa estreou no nível 2 da Bovespa em junho, com uma oferta pública de 21,6% de seu capital. Em dezembro termina a fase de "lock-up", período em que os controladores ficam proibidos de se desfazerem de suas ações. "A tendência natural dos fundos de investimento (que detêm 19,5% delas)é de venderem suas participações", disse Bologna.