Título: Para 48%, PT aumentou corrupção
Autor: Carlos Marchi
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2005, Nacional, p. A4

A ética, o bem mais precioso do PT e de Lula, virou pó: 48,9% dos brasileiros já acham que a corrupção no governo atual é maior do que no governo anterior (eram 26,7% em maio); os que julgam que a corrupção no governo atual é menor do que a que havia na era FHC são apenas 16,8% (31,4% em maio). A maior parte dos consultados (38,9%) diz não acreditar nos discursos de Lula, enquanto 31% acreditam e outros 26% acreditam apenas em parte. Metade da população (49,5%) entende que o presidente tinha conhecimento dos atos de corrupção praticados pelo PT (um expressivo crescimento, em relação aos 33,6% em julho). E a maioria do eleitorado, 45,1% (31,9% em julho), acha que Lula não tem agido adequadamente em relação à corrupção.

Apesar da avaliação amarga do governo e da crise, naturalmente influenciada pelos escândalos, o brasileiro não tem muitas queixas quanto às ações essenciais do governo: acha que a saúde e a educação melhoraram bastante nos últimos seis meses, que a pobreza e a violência estão sendo contidas e que o nível de emprego aumentou.

O maior responsável pelos atos de corrupção é o PT para 39,1%; 24,2% acham que é o Congresso, seguido por Lula, apontado por 13,5%, e o governo, com 10,7%. Somados, as culpas de PT, Lula e o governo alcançam 63,3% do eleitorado.

NO CONGRESSO

O Congresso pagou também um alto preço pelas denúncias dos últimos três meses. Os brasileiros que acreditam que há mais corrupção no Poder Legislativo do que nos outros dois Poderes saltou de 12,5% em dezembro do ano passado para 22,6% agora. Na direção contrária, a percepção de que é o Executivo que registra mais corrupção diminuiu, de 21,1% em dezembro para 16,1%. O universo maior, nesta tabela, é o dos cidadãos para os quais a corrupção acontece por igual nos três poderes: eles chegam a 33,2%, praticamente o mesmo número de seis meses antes. Um dado curioso foi que 24% dos consultados disse acreditar que as CPIs não vão cassar nenhum deputado. A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 195 municípios, entre 6 e 8 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais.