Título: Cercado de seguranças, Severino foge da imprensa
Autor: Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2005, Nacional, p. A8

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, recebeu a notícia da representação contra ele no Conselho de Ética, feita pela oposição, quando debatia, com a Mesa da Câmara, o encaminhamento do pedido de cassação de 17 deputados envolvidos no escândalo do mensalão. Emocionado, aproveitou a reunião para se defender. Disse estar sofrendo muito com as acusações, assim como a sua família. Repetiu que não fez nada e que está sendo caluniado pelo empresário Sebastião Buani. O presidente da Câmara passou o dia cercado por quase uma dezena de seguranças e se escondendo dos jornalistas que andavam atrás dele. Chegou à Casa em torno de 15h mas, em vez da entrada principal, escolheu um caminho lateral que o levou diretamente ao local da reunião. No fim do encontro, saiu de novo por trás.

Para chegar a seu gabinete teve de cruzar parte do salão principal, o Salão Verde, e o fez cercado por seguranças, que praticamente o escondiam. Respondeu a duas perguntas: sim, vai presidir a sessão que decide hoje a cassação do deputado Roberto Jefferson. E não, não pretende renunciar.

Em seu primeiro dia na Câmara desde que Buani o acusou de cobrar propina, Severino não parecia confortável. Habituado a parar no Salão Verde para conversar com os jornalistas, ele evitou como pôde qualquer contato. Pela manhã, Severino ficou em casa. Recebeu seu advogado, José Eduardo Alckmin, e o assessor jurídico da Câmara Marcos Vasconcelos