Título: Pesquisa mostra empate entre as possíveis coalizões alemãs
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2005, Internacional, p. A15

A apenas seis dias das eleições gerais alemãs, uma pesquisa de opinião divulgada ontem mostra empate técnico entre coalizões partidárias possíveis de apoio ao chanceler social-democrata Gerhard Schroeder e à líder oposicionista democrata-cristã Angela Merkel. A coalizão de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU)-União Social-Cristã (CSU)-Partido Liberal Democrata (FDP), de Angela, teria 48,7% da preferência do eleitorado. Uma hipotética coalizão de centro-esquerda Partido Social-Democrata (SPD)-Verdes-Partido da Esquerda-comunistas obteria 48,6%. O estudo foi realizado pelo instituto Allensbach. O crescimento da coalizão de centro-esquerda é atribuído em parte ao bom desempenho de Schroeder no debate que manteve com Angela no último dia 4.

Os analistas políticos alemães acham pouco provável, mas não impossível, que Schroeder aceite uma coligação com a esquerda, que tem entre seus expoentes Oskar Lafontaine, com o qual ele mantém sérias divergências. Schroeder espera repetir domingo a façanha do pleito de 2002, quando reverteu tendência favorável à oposição e venceu o democrata-cristão Edmund Stoiber.

Outra pesquisa divulgada ontem dá 42% da preferência do eleitorado para os democrata-cristãos e 33,5% para os social-democratas. O estudo, realizado pela agência Emnid, mostra que Schroeder perdeu 1 ponto porcentual e Angela ganhou 1 em relação a outra pesquisa do mesmo instituto publicada na semana passada.

Quando as pesquisas se referem apenas aos líderes, Schroeder leva nítida vantagem sobre Angela. E isso não apenas nas sondagens convencionais, mas também na internet. Num site especializado (www.schweinecamp.) visitado por 3 mil eleitores, Schroeder obteve 28% dos votos, em comparação aos 15% dados à oponente Angela. O terceiro mais votado, com 14%, foi o líder liberal Guido Westerwelle, aliado de Angela.

Contudo, os analistas destacam que a eleição de domingo deve ser decidida pelos indecisos, que seriam cerca de 50% do eleitorado.Eles são o foco tanto de Schroeder quanto de Angela na reta final da campanha eleitoral.