Título: Parceria entre Brasil e EUA, telescópio custou US$ 28 mi
Autor: Ricardo Westin
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/09/2005, Vida&, p. A18

NOS ANDES: O telescópio Soar (Observatório Austral para a Pesquisa em Astronomia, na sigla em inglês) é resultado de uma parceria assinada em 1999 entre o Brasil e as universidades americanas da Carolina do Norte e de Michigan. É um dos telescópios mais modernos do mundo. Custou US$ 28 milhões, dos quais US$ 12 milhões vieram do Brasil - grande parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os gastos de manutenção para o País são de US$ 230 mil anuais. Quinze pessoas trabalham no Soar - seis astrônomos (quatro brasileiros) e nove técnicos (chilenos, na maioria).

Por causa do valor investido, o País tem direito a usar o telescópio durante cerca de cem noites por ano para suas pesquisas.

Apesar de ter sido inaugurado em abril de 2004, o observatório ainda não funciona a pleno vapor. Só 25% do tempo é usado para pesquisas científicas. Todos os equipamentos já foram instalados, mas ainda estão passando por testes de engenheira, que gastam 75% do tempo, para garantir que as informações captadas sejam precisas.

Nos Andes chilenos, o Monte Pachón foi escolhido por estar a 2.700 metros de altitude e numa região seca, onde se formam pouquíssimas nuvens, e isolada, sem cidades grandes por perto. Esses fatores contribuem para que haja menos interferência na captação das imagens do espaço.

A detecção da explosão estelar há 13 bilhões de anos foi o primeiro grande feito do Soar.