Título: Falta achar o cheque de R$ 7 mil pago em 2002
Autor: Vanildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2005, Nacional, p. A4

PROVA FINAL: O empresário Sebastião Buani foi ontem a uma das agências do Bradesco pedir a microfilmagem de oito cheques na tentativa de localizar o que foi pago ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), para garantir a prorrogação do contrato de exploração do restaurante, localizado no 10.º andar do anexo IV da Câmara. Essa é uma nova tentativa de Buani para identificar o cheque, cujo valor seria de R$ 7 mil, que foi emitido por Buani para pagar parte da propina cobrada por Severino para prorrogar o contrato. Buani disse que já havia feito o pedido verbal ao Bradesco para a divulgação da microfilmagem, mas o banco alegou que a requisição teria de ser feita por escrito. Um dos advogados de Buani, Sebastião Coelho, admitiu ontem que, se o pagamento a Severino não estiver entre os oito cheques, a alternativa de seu cliente será requerer a microfilmagem de todos os cheques abaixo de R$ 10 mil emitidos em 2002 e 2003.

Segundo o empresário, um dos motoristas de Severino foi sacar o cheque da propina na agência do Bradesco na 511 Sul de Brasília. Ontem, Coelho e outro advogado de Buani, Ricardo Baitello, foram à diretoria-geral da Câmara na esperança de que esteja catalogado o documento de 4 de abril de 2002 que teria sido assinado por Severino para prorrogação até janeiro de 2005 do direito de exploração do local no 10.º andar.

Os advogados também protocolaram recurso contra a rescisão do contrato, na semana passada, alegando que não foi dado a Buani o pleno direito de defesa. Segundo Coelho, o restaurante na Câmara vai funcionar até amanhã. Mas ele informou que Buani tem interesse em continuar explorando o espaço. 'Pela Lei 8.666, pode haver a prorrogação por mais um ano', disse Coelho.