Título: Mercado de light e diet já é de US$ 3,6 bilhões
Autor: Vera Dantas
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2005, Economia & Negócios, p. B5

O mercado de produtos light e diet movimentou no ano passado US$ 3,6 bilhões e já representa 5% do total das vendas de alimentos. A expectativa é que o setor feche o ano com crescimento de 20%, enquanto as vendas de produtos alimentícios em geral devem ficar em torno de 5% em relação a 2004. Mas o preço dos dietéticos e lights, em média 10% a 15% mais altos do que as versões tradicionais, ainda restringe o consumo. Por isso, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos Dietéticos para Fins Especiais e Suplementos Alimentares (Abiadsa) vai reivindicar ao governo uma redução de impostos para cortar preços.

"Não é um produto dispensável porque 40% da população com mais de sete anos de idade, isto é, 120 milhões de indivíduos, está acima do peso", diz o presidente da entidade,Carlos Eduardo Gouvêa. "Em 1975, este porcentual era de 16%."

A Abiadsa deve pedir uma redução de ICMS para o governo estadual num primeiro momento e corte em outros impostos para o governo federal no próximo ano. "No momento, por causa do quadro político é melhor aguardar", justifica.

Os números de uma pesquisa da Latin Panel em conjunto com a Abiadsa revelam o avanço no consumo de lights e diets no País. Em 10 anos, o crescimento foi de 800% e hoje 35% dos lares brasileiros consomem algum tipo destes produtos.

Mas, mesmo com o aumento de vendas, boa parte dos consumidores desconhece as características e diferenças dos lights e diets na hora da compra. Uma entrevista feita com 720 pessoas pelo Instituto Brasileiro de Educação para o Consumo de Alimentos e Congêneres (IBCA), mostrou que 35,5% não se sentiam seguras para explicar diferenças entre light e diet.

"Muitos associam a palavra light à redução calórica, mas o alimento pode ser mais saudável, mas com caloria quase igual a um produto normal", diz Gouvêa. Neste caso, explica, a chance de frustração e posterior rejeição do produto é grande, significando para a indústria uma perda de vendas.

Para esclarecer melhor estas diferenças, a Abiadsa, em conjunto com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), vai distribuir até o fim do mês cerca de 1 milhão de cartilhas em todo o Estado de São Paulo. A cartilha, um folheto com duas páginas, define os dois tipos de produto, esclarece a importância da atenção aos rótulos e responde às dúvidas mais freqüentes do consumidor. Uma delas: todo produto diet é sem açúcar? A resposta é não necessariamente. O diet tem na maioria das vezes restrição de algum nutriente que pode ser carboidrato (açúcares), gordura, proteína, sódio e outros.

A maior parte das compras de diets e lights ocorre em supermercados. Entre os que consomem, 86% fazem a aquisição em supermercados. Eles serão o foco principal na distribuição das cartilhas. Nos próximos meses, elas serão distribuídas em outras capitais. A Apas e a Abiadsa defendem a simplificação dos rótulos de diets e lights, que começam a ser mudados. "Se o consumidor quer reduzir o colesterol, por exemplo, tem de encontrar a informação clara de baixo colesterol no rótulo."