Título: Bolsa e BNDES lançam nova rodada do fundo PIBB
Autor: Tom Morooka
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2005, Economia & Negócios, p. B7

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) promoveram ontem, em São Paulo, a segunda rodada de oferta de cotas do fundo Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB). Formado por ações da carteira do BNDES, como Vale do Rio Doce, Petrobrás, Itaú, Bradesco, Unibanco, entre outras, o PIBB acena com um rendimento emparelhado à variação do IBrX (Índice Brasil-50), formado por ações das maiores e mais rentáveis empresas nacionais. A segunda oferta do PIBB chega 14 meses depois da primeira rodada de colocação, em julho de 2004. De lá para cá, o PIBB1 apura uma rentabilidade em torno de 58%. O rendimento acumulado em setembro, até ontem, está em 7,86%; no ano, em 21,48%; e em um ano, em 49,46%. O volume de ações ofertado pelo BNDES para investidores pessoas físicas é de R$ 800 milhões, ou 80% da colocação mínima prevista, de R$ 1 bilhão. O banco vai reservar também R$ 400 milhões para investidores institucionais.

Para o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, a segunda colocação de cotas do fundo PIBB deve se tornar a maior oferta de varejo já realizada no mercado brasileiro. De acordo com o diretor da Área Financeira do BNDES, Carlos Kawall, a oferta poderá ser ampliada de comum acordo entre os bancos coordenadores da operação - Itaú BBA e Santander Banespa - e o banco estatal.

Uma demanda integral para a oferta de varejo representará um aumento de 166% em relação à procura pelo PIBB1, em que a parcela destinada ao investidor pessoa física foi de R$ 300 milhões, metade do total de R$ 600 milhões. Se a procura for superior ao volume destinado a pessoas físicas, será feito um rateio misto. Nesse caso, o BNDES garantirá uma aplicação mínima de R$ 15 mil a todos os investidores. O valor excedente será distribuído proporcionalmente, com preferência aos investidores que optarem pela recompra do BNDES.

A garantia de recompra pelo valor dobrado, de R$ 25 mil no PIBB1 para R$ 50 mil, em caso de prejuízo no primeiro ano de aplicação, é o grande apelo do PIBB2, aponta Alan Gandelman, sócio-diretor da corretora Ágora Sênior: "É mais um passo para a popularização da Bolsa de Valores, porque um valor de garantia maior estimula a pessoa física a aplicar em ações com um risco menor."

Outro ponto positivo, diz Gandelman, é a adoção do formador de mercado, no caso a Ágora Sênior Corretora, que vai dar liquidez ao mercado, vale dizer, vai comprar e vender as cotas do PIBB2. A Ágora foi contratada pelo consórcio Itaú-Banespa Santander para manter bom nível de liquidez. Quem for investir no PIBB2 deve fazer a reserva até 14 de outubro e depositar no ato o valor a ser aplicado. Na compra direta de cotas, a reserva vai também até dia 14, mas o desembolso pode ser feito até 25 de outubro.