Título: Denúncias do gênero são recorrentes na Câmara
Autor: Arthur GuimarãesRoberto Fonseca
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2005, Metrópole, p. C6

Denúncias de retenção de salário por vereadores foram recorrentes nas duas legislaturas anteriores à atual, iniciada em janeiro. As suspeitas atingem legendas variadas, mas têm coisas em comum: funcionários acusam e políticos negam. O último acusado foi o ex-vereador Vanderlei Jangrossi (PSL), denunciado no ano passado por dois ex-assessores. Uma funcionária disse que recebia R$ 500,00 mensais. Ao ser exonerada, descobriu que seu salário oficial era de R$ 4.700,00. Na época, Jangrossi alegou que o dinheiro ia para a igreja e para a campanha eleitoral. "É preciso dinheiro para se eleger."

Entre 1997 e 2000, legislatura marcada pela máfia dos fiscais, outros vereadores foram denunciados pelo mesmo motivo. Osvaldo Enéas (ex-Prona) foi investigado pelo Ministério Público, mas não chegou a ser processado.Dito Salim (no então PPB) foi acusado de receber "todo mês, de R$ 15 mil a R$ 16 mil" por um ex-funcionário. Foi condenado, mas por envolvimento na máfia dos fiscais.

Da mesma época, Ana Maria Quadros (PSDB) foi acusada de reter 20% do salário dos funcionários. E Arselino Tatto (PT), que já presidiu a Casa, foi processado, mas a ação não foi julgada.