Título: Com cocaína, passava da timidez à agressividade
Autor: Roberta Pennafort e Alexandre Rodrigues
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2005, Metrópole, p. C1

O rapaz inibido, que se viciou em cocaína aos 13 anos, começou a fazer pequenos furtos na vizinhança e acabou virando o terror de moradores das zonas sul e oeste do Rio, dizia que jamais se entregaria à polícia. Pedro Dom preferia continuar arriscando a vida, fugindo. "Esse era o destino dele: ou seria preso ou morreria", lamentou ontem seu advogado, Rogério Rocco, que é amigo da família e o conhecia desde os 9 anos. Criado no Flamengo, Pedro chamou a atenção da polícia ao comandar vários assaltos parecidos: chegava aos prédios de terno e subia até os apartamentos como se fosse fazer uma visita. Os comparsas vinham atrás. Costumava levar uma granada, para ameaçar as vítimas. Só em junho, cinco assaltos são atribuídos a seu bando.

Mesmo com a foto nos jornais e a prisão decretada - havia nove mandados de prisão expedidos contra ele -, Pedro Dom não desistia: gostava de ficar na linha de frente. O bando costumava fugir com roupas, jóias, cartões e aparelhos eletrônicos.

Pedro Dom consumia grande quantidade de cocaína. Deixava de lado a timidez e ganhava agressividade. As duas irmãs e o pai se afastaram. Com a mãe e mulher, falava apenas por celular.