Título: Tarso acha que segundo turno ajuda o partido
Autor: Guilherme Evelin e Mariana Caetano
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2005, Nacional, p. A10

As eleições internas do PT, neste domingo, deverão garantir a autonomia do partido em relação ao governo Lula e retomar sua capacidade de influenciar as decisões da administração federal. A opinião é do presidente interino do partido, Tarso Genro, que avalia como provável e positiva a realização de segundo turno na disputa pela presidência nacional da legenda. "Independentemente de quem seja o presidente, é muito importante que o núcleo dirigente seja completamente renovado", afirmou Tarso. A eleição, ressaltou Tarso, irá julgar as ações da direção anterior - que conduziu o partido à pior crise da sua história e criou estruturas paralelas de poder. Só a escolha de novos dirigentes e a democracia interna, insistiu Tarso, poderão resolver a crise política e de identidade da legenda. A crise de identidade persiste na contradição vivida pelo partido entre ser o partido do governo mas também de movimento, de mobilização dos movimentos populares. "Não configuramos de maneira plena o que significa um projeto do PT para o País", admitiu o ex-ministro da Educação, que cobra mudanças na política econômica e na política de alianças.

Tarso e integrantes da comissão eleitoral negaram que haja risco de a eleição não alcançar o quórum mínimo: 15% dos filiados nos municípios; metade das cidades com quórum para validar o resultado em cada Estado; e a metade dos Estados para validar o resultado nacional. "O quórum será pouco acima do mínimo", disse Tarso. Isso significa pouco mais de 200 mil votantes, dos 825 mil filiados aptos a votar.