Título: Oferta da ANP atrai 139 empresas
Autor: Nicola Pamplona
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/09/2005, Economia & Negócios, p. A7

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que 139 empresas manifestaram interesse em participar do sétimo leilão de áreas para exploração de petróleo no País, que será realizado no mês que vem. O número de interessados é recorde e superior ao triplo da média de participantes das rodadas anteriores. Do total, 100 empresas são brasileiras de pequeno e médio portes, muitas com interesse em áreas que já estiveram em produção e serão licitadas pela primeira vez este ano.

Segundo a ANP, são 112 empresas nacionais e 27 estrangeiras, entre elas algumas das maiores petroleiras mundiais. O leilão tem interesse específico porque vai incluir áreas próximas a recentes descobertas gigantes de gás natural, mercado que deve apresentar déficit no suprimento a partir de 2009, segundo especialistas. Para o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, os números mostram que a convocação para que o empresariado brasileiro, independente de seu porte, participe do leilão, foi bem sucedida.

Espera-se que a licitação traga para o País empresas que ainda não atuam no mercado brasileiro de petróleo. É o caso da canadense BrazAlta Resources, que já negocia parcerias para o leilão com outros investidores. "Nós esperamos fazer ofertas por áreas no Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas e Espírito Santos e queremos entrar com mais de um parceiro brasileiro", disse ao Estado o presidente da companhia, David Mears, que está estudando português para facilitar as negociações.

A BrazAlta é especialista em recuperação de áreas em declínio e negocia com um concessionário brasileiro - cujo nome não foi revelado - a aquisição de participação em quatro áreas exploratórias na Bacia do Recôncavo, na Bahia. "Nós nos vemos como investidores no Brasil e com nossos parceiros poderemos encontrar grandes oportunidades", disse.

A ANP informou que o prazo para manifestação de interesse terminou anteontem. Agora, a agência está analisado a qualificação dos interessados. Os habilitados deverão pagar a taxa de participação até 7 de outubro. No leilão, serão oferecidos 1.134 blocos com risco exploratório e 17 áreas inativas com acumulações marginais, em que houve produção no passado, mas foram abandonadas por falta de interesse da Petrobrás.

PRODUÇÃO

A produção nacional de petróleo caiu 2,9% em agosto, chegando a 1,695 milhão de barris por dia. O volume é 3,4% inferior ao recorde histórico de 1,755 milhão de barris atingido pela estatal em junho e é resultado de paradas para manutenção nas plataformas P-18 e P-20, do campo de Marlim, além de problemas nas plataformas P-25, de Albacora, e P-48, de Caratinga. A Petrobrás já esperava uma redução na produção até que novas plataformas entrem em operação. O resultado comprova a tese de que a auto-suficiência na produção de petróleo será mesmo atingida apenas a partir do final do ano.

Este ano, a Petrobrás bateu três recordes mensais de produção e, em alguns dias, chegou a extrair um volume de óleo maior do que o consumo nacional.