Título: Mencionar mortos está virando rotina
Autor: Vannildo Mendes
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/09/2005, Nacional, p. A6

POST-MORTEM: O filho do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti Júnior, falecido em 2002, não é o primeiro morto invocado na crise política que sacode Brasília há mais de três meses. Na terça-feira, a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, tinha dito na CPI dos Correios que não estava em condições de dar informações sobre empréstimos concedidos ao PT pelo banco que dirige. Justificou-se dizendo que eles foram autorizados por outro diretor, José Augusto Dumont, morto em fevereiro de 2004, num acidente automobilístico. No mês passado, na CPI dos Bingos, ao acusar o ministro Antonio Palocci de receber propinas para o PT quando era prefeito de Ribeirão Preto, o advogado Rogério Buratti disse que não poderia provar o que dizia. Contou que a única testemunha, o secretário do prefeito, Ralf Barquete, morreu. "A única prova é uma pessoa morta", disse o advogado.

Agora Severino faz referência ao filho como operador de um suposto caixa 2 eleitoral.