Título: Versão do caso Celso Daniel de delegados não convence CPI
Autor: Rosa Costa
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/09/2005, Nacional, p. A13

Os delegados da Polícia Civil de São Paulo que investigaram o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, Armando de Oliveira e José Mazi, não conseguiram ontem convencer a maioria dos senadores da CPI dos Bingos de que o crime não teve ligação com o esquema de corrupção instalado na cidade. Eles reafirmaram que Celso Daniel foi vítima de 'extorsão, mediante seqüestro, seguido de morte'. Os parlamentares questionaram vários pontos do inquérito, inclusive o fato de ter sido concluído em dois meses e oito dias. 'Foi no tapa, ninguém consegue investigar um crime como esse com tanta rapidez', afirmou o senador Romeu Tuma (PFL-SP).

O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFLPB), disse achar estranho o fato de os bandidos que renderam o Pajero em que estavam Daniel e seu ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, terem seqüestrado apenas prefeito, poupando o outro, que testemunhou tudo e dirigia o carro. Os delegados responderam que Celso foi levado porque saiu do carro.

Outra pergunta de Morais foi por que Sombra, 'que tinha sido segurança e estava armado', não reagiu. Os delegados disseram ter acreditado no depoimento em que Sombra justificou sua falta de reação. 'Ele disse que não lembrava direito o que tinha ocorrido, estava apavorado e tinha tomado vinho', disse Oliveira.

Outro ponto que não agradou aos parlamentares foi o fato de a Polícia Civil não ter quebrado o sigilo dos supostos envolvidos no crime, seis dos quais também foram mortos. Para os delegados, as mortes não têm relação com o assassinato.