Título: Na origem do consórcio, o que valia era a voz de Brasíia
Autor: Lourival Sant'Anna
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/09/2005, Nacional, p. A17

No primeiro semestre do ano passado, uma dezena de organizações não-governamentais de Curitiba se reuniu seis vezes para discutir a formação do Consórcio Social da Juventude na capital paranaense. Na sétima reunião, em junho, apareceu pela primeira vez a turma do deputado estadual Ângelo Vanhoni. Maurício Cheli, tesoureiro da campanha de Vanhoni à prefeitura, comunicou que a sua Fundação Estadual de Cidadania (FEC) seria a gestora do programa. Diante dos protestos, contam os participantes da reunião, Cheli disse: 'É decisão ministerial, não tem discussão'. O tesoureiro petista tinha razão.

O respaldo foi confirmado pela coordenadora nacional do programa, Luciana Tannus. Segundo ela, as reuniões das entidades não têm valor para o programa. Oficiais, mesmo, são as audiências públicas organizadas pelo Ministério do Trabalho. Luciana e a FEC estavam nas duas. E a FEC foi eleita por unanimidade pelas entidades, garante a coordenadora.

No mês passado, Luciana teve de voltar a Curitiba, por causa de denúncias de irregularidades na gestão da FEC. Vasculharam tudo. 'No meu relatório, não consegui ver nada', assevera Luciana. Ela disse ontem que ainda não havia recebido as denúncias das sete ONGs executoras e que estava aguardando o parecer do TCU.

Se houver indícios de irregularidades, o Ministério do Trabalho vai tomar providências.