Título: Na ONU, discurso arranca aplausos de umas 10 pessoas
Autor: Expedito Filho
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/09/2005, Nacional, p. A6

Em breve discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), fez ontem um veemente protesto contra a decisão do governo dos Estados Unidos de não autorizar as delegações de Cuba e do Irã a ingressarem em território americano para a 2.ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos. 'Em meu nome pessoal e em nome da Câmara brasileira, gostaria de expressar o mais veemente protesto e indignação', discursou Severino, em Nova York, na conferência promovida pela União Interparlamentar. Ao final do pronunciamento, foi aplaudido por cerca de dez das 300 pessoas presentes.

No discurso, às vésperas do início da 60.ª AssembléiaGeral das Nações Unidas, o deputado fez um relato do papel do Congresso. Destacou que participa ativamente do debate de projetos importantes - mencionou a aprovação do plebiscito que decidirá sobre a proibição da venda de armas e o esforço em votar projetos que melhorem as condições sociais.

Acompanhou o discurso, de apenas quatro minutos, uma platéia formada sobretudo por representantes de países africanos e asiáticos, além de Chile, Uruguai, Alemanha e Timor Leste.

CÚPULA DO MILÊNIO

Severino frisou que o Congresso tem papel decisivo na destinação de verbas para programas sociais. Manifestou, também, convicção de que o Brasil conseguirá cumprir antes de 2015 as metas sociais estabelecidas pela ONU na Cúpula do Milênio, há cinco anos.

'Esta, na verdade, tem sido uma das atividades centrais do Parlamento brasileiro, uma vez que o Brasil é um país com imensos desafios sociais.' Severino afirmou que o Legislativo brasileiro vem contribuindo para a paz entre os povos, por meio do diálogo e da cooperação com outros parlamentos.

Ressaltou, por fim, que o Congresso participa ativamente de negociações de acordos internacionais, por intermédio da Comissão Especial, que acompanha as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), e da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul.

No final do discurso, Severino foi cumprimentado por representantes das delegações do Timor Leste e do Uruguai. Recebeu cumprimentos também de outros quatro brasileiros presentes: o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Sardenberg, uma diplomata e dois assessores da Câmara.