Título: Crise faz corrente perder favoritismo nos Estados
Autor: Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/09/2005, Nacional, p. A7

O Campo Majoritário comanda hoje 24 dos 27 diretórios estaduais petistas. A tendência é que o grupo hegemônico no PT enfrente segundo turno nas eleições em pelo menos quatro Estados: Bahia, Paraná, Sergipe e Paraíba. A esquerda ainda é favorita nos três Estados que já domina: Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Em São Paulo, o presidente do diretório regional, Paulo Frateschi, candidato do Campo Majoritário à reeleição, é favorito na corrida contra os deputados federais Ivan Valente e Orlando Fantazzini, Maria Emília Sedeh Boito Misa, Maria Angélica Fernandes e Jilmar Tatto.

O ex-ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos Nilmário Miranda tem a missão de manter o Campo à frente do diretório mineiro. A crise que atingiu o comando nacional derrubou o amplo favoritismo da corrente, que domina o PT de Minas há pelo menos sete anos. Oito candidatos disputam a presidência. Os principais adversários do ex-ministro são o deputado estadual Durval Ângelo (tendência Tribo) e o prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (tendência Movimento PT), que já firmaram um acordo de apoio mútuo no caso de uma eventual disputa no segundo turno contra Nilmário.

Nilmário, por sua vez, tem aliados de peso como o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e os ministros ligados ao PT de Minas, Luiz Dulci e Patrus Ananias.

Na Bahia, deve ocorrer segundo turno entre o candidato do Campo, José Maria Dutra, e, provavelmente, Marcelino Galo (da Articulação de Esquerda) ou Robinson Almeida (da Democracia Socialista).

Em Curitiba, a possibilidade de segundo turno também é grande. O atual presidente, André Vargas, do Campo Majoritário, tenta a reeleição. O deputado federal Dr.Rosinha é um de seus adversários mais fortes.

Em Pernambuco, ao contrário, a tendência é que o Campo vença a eleição. Com cinco candidatos, a direção regional está sendo disputada, para valer, por dois deles, ambos secretários do prefeito João Paulo. Dílson Peixoto, secretário municipal de Serviços Públicos, é da tendência Unidade na Luta, que apóia Ricardo Berzoini, candidato do Campo à presidência nacional. Seu adversário é Carlos Padilha, secretário municipal de Habitação, da Articulação de Esquerda. Dílson é favorito.

No Rio Grande do Sul, o ex-governador Olívio Dutra é favorito, com apoio de quatro das oito chapas inscritas à disputa do diretório local. Lá, as correntes ligadas ao Campo Majoritário se dividiram entre o apoio a Olívio e ao deputado estadual Estilac Xavier. Olívio atua de forma mais independente em relação às correntes internas do PT. Não diz qual sua preferência na disputa nacional, mas não poupa críticas ao Campo. "A maioria do Campo Majoritário errou e seriamente", avalia.