Título: Captação é bom sinal, diz presidente do BNDES
Autor: Thiago Velloso
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/09/2005, Economia & Negócios, p. B3

A emissão de títulos em reais no exterior, pelo Brasil, equivalente a US$ 1,5 bilhão e com taxa de juros de 12,50% ao ano, "é um bom sinal", disse ao Estado o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega. O comentário foi feito no início da tarde, ao ser perguntado sobre as informações que circulavam no mercado, que já indicava esse nível de juros. Mantega e o vice-presidente da instituição, Demian Fiocca, não quiseram comentar se a taxa desses títulos pode ajudar na queda da Selic, atualmente em 19,50%, sete pontos porcentuais mais alta que a obtida na captação internacional do bônus com vencimento em 2016.

"Não dá para comparar uma taxa com a outra porque sobre a Selic incide o imposto de renda e há outros fatores também", disse Mantega. Um desses outros fatores é o prazo, lembrou Fiocca, já que a Selic é uma taxa de curto prazo.

Segundo o vice-presidente, hoje a curva de juros no Brasil indica que eles são mais baixos no longo prazo que no curto prazo. "Está todo mundo achando que os juros vão baixar", disse Fiocca.

DEBATE

Amanhã à tarde, o presidente do BNDES se reunirá com os presidentes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, e o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, entre outros representantes da indústria no País.

O encontro com empresários sucede a rodada de discussões sobre a economia com economistas, feita nos últimos dois meses. Alguns dos que participaram desses debates foram o deputado federal Delfim Netto, Yoshiaki Nakano, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Sérgio Gomes de Almeida. Um dos pontos básicos das discussões foi a necessidade de a economia do País crescer mais de 5% ao ano.