Título: Por mês, 100 mil fraudes com celular
Autor: Gerusa Marques
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/09/2005, Metrópole, p. C6

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estima que a cada mês ocorram 100 mil casos de fraudes na telefonia móvel no País, entre elas a clonagem de celulares. De acordo com balanço divulgado ontem pelo presidente da agência, Elifas Gurgel do Amaral, a Anatel recebeu desde 2003 mais de 12 mil reclamações de clonagem. O maior índice, de 5.751 queixas, foi registrado no Estado de São Paulo e o maior número de casos de clonagem comunicados à Anatel se deu entre os clientes da operadora Vivo.

A clonagem acontece na maioria das vezes quando o cliente sai da área de atuação da empresa e o aparelho digital passa a funcionar no sistema analógico, mais suscetível a fraudes.

Nos celulares que utilizam tecnologia GSM, a clonagem ocorre, em número muito menor, por meio da cópia do chip que contém os dados do telefone. Mas há outras formas de fraude.

A mais comum é a utilização de documentos falsos para a compra de aparelhos. Segundos os dados apresentados ontem em audiência pública da Comissão de Infra-Estrutura do Senado, Minas aparece em segundo lugar no número de celulares clonados, com 2.096 reclamações, e o Rio, em terceiro, com 1.178.

Os casos de clonagem vêm aumentando nos últimos anos. Em 2003, a Anatel registrou 603 reclamações, que pularam para 4.694 no ano passado. Até agosto desde ano já foram detectados 7.380 casos.

Amaral afirmou que está cobrando uma atuação mais firme das empresas no combate à fraude, como a atualização do cadastro nacional de celulares impedidos e a obrigação, a partir de 2006, de criar um sistema conjunto de prevenção de fraudes.

A Vivo lidera as reclamações sobre celulares clonados, com 7.914 queixas desde 2003. O total de reclamações contra a empresa, que detém 40% dos clientes no País, foi bem superior ao da Telemig Celular, que teve 1.837 queixas. Em terceiro lugar está a Claro, com 1.591 e, em quarto, a TIM, com 883.

Segundo a Vivo, 99% dos casos de clonagem são detectados antes de o cliente perceber. A empresa diz ter investido mais de R$ 100 milhões em sistemas antifraude desde outubro de 2004. A Telemig Celular afirma que registrou queda de 68% nas reclamações à empresa este ano. Claro e Tim garantem que não é possível clonar seus celulares GSM.