Título: Estudos questionam eficácia de vacina da gripe
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2005, Vida&, p. A20

As vacinas contra a gripe são menos eficazes na proteção de idosos do que se imaginava e algumas drogas usadas no combate à infecção pelo vírus influenza estão perdendo a eficácia. O alerta está em dois estudos publicados na edição online do jornal britânico The Lancet esurgem exatamente no momento em que autoridadesde saúde domundo inteiro discutem alternativas de combate à gripe, diante da possibilidade de uma nova epidemia da doença.

Um dos estudos, de um grupo internacional de cientistas, aborda os resultados de uma pesquisa feita sobre a eficácia da vacina em idosos nos últimos 40 anos.

A análise aponta que a vacina é capaz de evitar apenas 30% a 42% os casos de internação hospitalar em função da gripe. 'O resultado é desapontador', disse Tom Jefferson, epidemiologista italiano que liderou os estudos.

'Os idosos estão noprincipal grupo de risco e isso é bastante preocupante.' Segundo Jefferson, os governos terão de avaliar se vale mesmo investir na compra das vacinas.

No outro estudo, Rick Bright, do Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA, e seus parceiros analisaram 7 mil amostras de vírus coletados em várias partes do mundo. Analisaram as mutações genéticas e concluíram que ele está muito mais resistente às drogas. O nível de resistência passou de 0,4%, em 1995, para 12,3%, em 2004. Em alguns países da Ásia, onde se suspeita que a próxima epidemia começará, a resistência excedeu 70%.

O estudo também sugere que alguns medicamentos poderão deixar de ter efeito no tratamento e na prevenção da gripe numa provável epidemia. As principais substâncias agem contra o tipo A do vírus, mas não têm qualquer efeito contra o tipo B ou o H5N1, responsável pela gripe do frango, que atingiu quatro países na Ásia em 2003, deixando 64 mortos, e volta a assustar aquele continente.