Título: Lula agora promete votar
Autor: Vera Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2005, Nacional, p. A13

Ausente no 1.º turno, presidente garante presença no 2.º turno Tânia Monteiro, Mariana Caetano e Leonencio Nossa Depois das críticas por não participar da eleição do PT, o presidente Lula decidiu votar no segundo turno, dia 9. A informação foi dada pelo presidente do PT, Tarso Genro, que esteve ontem à noite no Planalto. "A presença dele vai valorizar o processo eleitoral, que mobilizou mais de 300 mil militantes." O PT, disse ele, não cobrou o presidente. "Só explicamos que a ausência dele foi sentida, e seria muito importante uma presença na próxima votação. Lula está vibrando com o processo eleitoral e já decidiu que vai votar, apenas não abriu o voto."

Tarso contou que Lula não vai tornar pública a preferência por Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, o mais votado no primeiro turno. A disputa pela segunda vaga, por outro lado, está tão apertada que pode ser resolvida só com o julgamento dos recursos de impugnação de urnas, especialmente em São Paulo. A parcial da apuração divulgada ontem - cerca de 90% dos votos apurados - mostra que a diferença entre Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e Raul Pont, da Democracia Socialista, caiu de aproximadamente 3.000 para 1.000 votos.

"A disputa é muito acirrada e os recursos terão incidência direta no resultado final", disse o coordenador da eleição, Francisco Campos. Aliados de Pont e Pomar avaliam que o segundo lugar será decidido com vantagem de 200 a mil votos. Só em São Paulo, com base em denúncias de transporte de eleitores e pagamento de contribuição partidária, a DS e a Ação Popular de Esquerda preparam pedidos de impugnação de urnas que podem somar 4 mil votos.

Pont tem melhorado seus resultados a cada parcial e confia em que irá ao 2.º turno. Pomar também acredita na vitória. Os dois prometem apoio mútuo contra Berzoini. "Temos algumas diferenças", admitiu Pont. "Não vou falar das diferenças na véspera do 2.º turno", disse Pomar. "A vitória contra o Campo depende da união da esquerda. Não tenho medo de impugnações, só quero o respeito ao filiado."