Título: Emprego formal cresce 15,3%
Autor: Marcelo Rehder
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2005, Economia & Negócios, p. B1

A queda vertiginosa da abertura de novos postos de trabalho formais na indústria ¿ que passou de 72.168 vagas em agosto de 2004 para só 18.173 em agosto deste ano ¿ não impediu que a geração de empregos com carteira assinada apresentasse um saldo líquido positivo, no mês passado, de 135.460 novas ocupações em todo o País. O resultado foi 15,3% superior ao verificado em julho, quando foram criados 117.473 empregos, embora bem inferior ao de agosto de 2004, quando o mercado de trabalho foi capaz de criar 229.757 novas ocupações.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que admitiu a perda de velocidade na geração de empregos com carteira assinada, mas argumentou que o emprego continua em alta, só que em ritmo menor do que em 2004.

O ritmo mais lento pode ser constatado também nos números acumulados no ano. De janeiro a agosto de 2005, o saldo líquido de novos empregos atingiu 1,219 milhão de postos de trabalho, em comparação com 1,466 milhão de vagas criadas no mesmo período de 2004.

A baixa criação de emprego na indústria de transformação foi explicada pelo ministro, em parte, pela sazonalidade que afeta, por exemplo, a indústria da borracha, fumo e couros nessa época do ano, especialmente no Sul do País.

Mas Marinho disse esperar uma reversão da tendência. ¿Acho que esse processo vai se inverter com a queda das taxas de juros, que já começou.¿ Ele espera também que este mês haja um crescimento maior no emprego formal.

Em agosto, também perdeu empregos a indústria de madeira e mobiliário (menos 2.254 postos de trabalho). Setores voltados para a exportação, como a indústria de calçados, apresentaram um saldo líquido positivo pequeno em relação ao ano anterior porque estão sofrendo, segundo o ministro, com o a taxa de câmbio.

Em agosto, os setores que mais contribuíram para a geração de empregos foram serviços (mais 70.181 postos de trabalho), comércio (43.353) e construção civil (18.285). A agropecuária, que atravessa o período de entressafra no Centro-Sul do País eliminou 20.541 postos de trabalho.

O setor também enfrentou uma quebra de safra, este ano, por causa da estiagem.