Título: Moody¿s pode elevar nota do País
Autor: Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/09/2005, Economia & Negócios, p. B5

O mercado externo parece empolgado com o Brasil, por ter conseguido manter a estabilidade econômica mesmo nos piores momentos da crise política. Rumores de que a agência de classificação de risco Moody¿s vai anunciar a melhora do rating brasileiro ganharam força ontem com as declarações do secretário do Tesouro, Joaquim Levy. Ele confirmou que terá nos próximos dias reuniões com representantes de agências nos Estados Unidos. O analista-chefe de risco soberano brasileiro da Moody¿s, Mauro Leos, disse que não surpreendem as especulações de que a agência esteja para elevar a classificação do País. ¿Em relação a outras agências, temos um rating mais baixo. Por isso, o mercado está esperando que nos alinhemos com as outras.¿

O rating atribuído pela Moody¿s ao Brasil é B1, com perspectiva positiva. É um grau abaixo da classificação BB-, com perspectiva estável, atribuído pela Standard & Poor¿s e pela Fitch Ratings. Segundo Leos. Um dos motivos pelos quais a Moody¿s ainda não elevou o rating do Brasil é a incerteza provocada pela turbulência política ¿e o fato de que ninguém sabia o que poderia acontecer e quando a crise terminaria¿.

Para o analista da Moody's, três elementos influenciam nas perspectivas de crédito do Brasil: crescimento econômico sólido, exportações em nível recorde e uma posição fiscal forte. O secretário do Tesouro embarcou ontem para os Estados Unidos, onde também participará do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Cauteloso, Levy não quis comentar os rumores de que é iminente uma elevação do grau conferido pelas agências do Brasil, mas deixou transparecer a confiança de que essa melhora deve ocorrer em razão dos últimos indicadores positivos da economia brasileira.

Segundo Levy, entre os fatores positivos estão o sucesso da emissão, nesta semana, de títulos do Tesouro em reais e a retirada do mercado dos C-Bonds, papéis emitidos na época da renegociação da dívida, em 1994. ¿Certamente as agências levam isso em consideração.¿