Título: Árbitro aceita delação premiada e diz que só ganhou R$ 40 mil
Autor: NICOLA PAMPLONA
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/09/2005, Esportes, p. E12

O árbitro Edílson Pereira de Carvalho, preso temporariamente sob a acusação por vender resultados de jogos do Campeonato Brasileiro e da Taça Libertadores da América, aceitou fazer delação premiada, oferecida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Por meio desse recurso, réu que colabora com investigações pode ter a pena reduzida em até dois terços. "No momento da sentença, se ele for condenado, o juiz decide se aplica ou não a delação premiada", explicou o promotor José Reinaldo Carneiro, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). "Os juízes geralmente concedem", lembrou. Segundo Carneiro, o árbitro está resignado com a prisão e colabora com a apuração. "Foi com a delação premiada que Edílson contou que foi um sócio ou um ex-sócio do árbitro Paulo José Danelon que o colocou no esquema", afirmou. "Danelon é formalmente investigado."

Carvalho declarou não ter ganho mais de R$ 40 mil com o esquema. "Ele disse que ficou sem receber muitas vezes e, em outros casos, tentou fraudar o jogo, mas não conseguiu e não recebeu", afirmou o promotor. Um dos fracassos foi no jogo do Juventude 1 x Figueirense 4, pelo Campeonato Brasileiro, em que o atacante Edmundo marcou três gols e decidiu.

Agora, segundo o o promotor, o momento é de "esgotar as informações que ele (Edílson Carvalho) tem a fornecer" para depois ampliar a investigação para os demais envolvidos.