Título: Alckmin entra na articulação
Autor: Christiane Samarco
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/09/2005, Nacional, p. A4

Diante do quadro incerto nesta reta final da campanha para a presidência da Câmara, os governadores, que estavam se poupando de entrar na briga para evitar um enfrentamento com o Planalto, começam a se movimentar de forma mais ostensiva. Com o PSDB engajado na campanha de Nonô, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, ligou ontem à tarde para o candidato do PTB e ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho, para sondar as chances de o petebista sair da disputa. "Ele me perguntou como eu estava vendo a coisa e eu disse a ele que minha candidatura é irreversível e que voltaríamos a conversar no segundo turno", contou Fleury. O deputado também fez questão de frisar que sua posição é de independência. "Não estou a serviço do governo nem da oposição", insistiu. Alegou também ter dito a Alckmin que, se for eleito presidente da Câmara, não será candidato a cargo majoritário em São Paulo. "Ele gostou dessa parte", jactou-se.

Fleury também insiste na idéia de uma terceira via e sustenta que este eventual nome não pode representar as forças da oposição nem tampouco do governo, sob o risco de a escolha do futuro presidente antecipar 2006, ano de eleições gerais, e paralisar a Câmara.

Por isso, outro candidato, o deputado Michel Temer, explicou a todos os demais candidatos que o procuraram que não tem condições de retirar seu nome da disputa por uma razão: "Se eu desistir, pulveriza a votação, porque meu nome é o pólo aglutinador no PMDB".

Todos os candidatos dedicaram o fim de semana a contactar possíveis eleitores-deputados por telefone. Fleury, por exemplo, diz que fez exatas 312 ligações entre sexta-feira e ontem, e disse que falou com todos, pessoalmente.

Na linha de frente da campanha de Aldo Rebelo, o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), dividiu a tarefa dos contatos com o candidato e o líder do PC do B, deputado Renildo Calheiros (AL).