Título: Esquerda exige programa para dar apoio a Nonô
Autor: Ana Paula Scinocca e Denise Madueño
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/09/2005, Nacional, p. A5

Com apoio garantido do PSDB, a candidatura do deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) à presidência da Câmara sofreu ontem um revés. O PPS, o PDT e PV divulgaram uma nota listando dez condições para a escolha do candidato que vão apoiar. A expectativa de pefelistas e tucanos era de que os três partidos aderissem de forma incondicional. Na segunda-feira, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), disse que a legenda apoiava Nonô. "Freire deu seu apoio em caráter pessoal", afirmou o deputado Raul Jungman (PPS-PE), um dos responsáveis pela elaboração do documento. Entre as condições impostas pelos partidos para dar apoio a um candidato está o compromisso de o futuro presidente colocar em votação a reforma política.

Enquanto PPS, PDT e PV impunham condições para apoiar, o PSDB reafirmava apoio integral a Nonô. "O PSDB só teve uma posição até agora, que é a aliança com o PFL. Entendemos que Nonô é quem tem mais condições de avançar", disse o líder tucano na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP).

Nas contas do líder do PSDB, Nonô teria hoje 150 votos, o que garantiria sua chegada ao segundo turno da disputa. O PFL mostrou-se ontem disposto a oferecer ao PT a vice-presidência da Câmara em troca de os petistas avalizarem a candidatura de Nonô. A saída do pefelista da vice-presidência abriria uma nova vaga na Mesa, que poderia ser ocupada pelo PT - que, apesar de ser a maior bancada da Casa, ficou de fora dos principais cargos na eleição passada. "A candidatura natural é a de Nonô", comentou ontem o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). A oferta do PFL não foi levada em consideração pelo PT.

Em reunião de sua executiva, ontem, o PFL ainda deu carta branca para que os deputados Rodrigo Maia (RJ) e José Carlos Aleluia (BA) negociassem apoios ao nome de Nonô.