Título: Carrapato vira problema de saúde pública em Piracicaba
Autor: Silvana Guaiume
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/09/2005, Vida&, p. A18

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba, solicitará em caráter de urgência aos Ministérios da Saúde e da Agricultura e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma licença para aplicar carrapaticidas na universidade. Os carrapatos, transmissores da febre maculosa, se tornaram um problema de saúde pública no município. O Ministério da Saúde informou que produzirá um parecer técnico apontando a correlação epidemiológica entre a febre maculosa e as capivaras, hospedeiras do carrapato-estrela. O parecer será apresentado ao Ibama, que controla a população do animal.

Os pesquisadores da Esalq pretendem usar carrapaticidas autorizados para outros fins, como controle de gafanhotos, mas ainda não licenciados para carrapatos. Próximo a cursos de água serão aplicados produtos de controle biológico, como fungos, para evitar contaminação.

A Esalq justifica a urgência explicando que nas regiões mais contaminadas são encontrados até 2 mil carrapatos por metro quadrado. "A situação é muito grave", alertou o professor de Zoologia Wilson Mattos.

Desde o ano passado, os alunos da Esalq não têm aulas práticas por causa da infestação dos carrapatos e do risco da febre maculosa. Na semana passada, oito estudantes tiveram sintomas da doença.

"Na mais famosa escola de agronomia da América Latina não se vai a campo por causa de carrapato. Isso é uma aberração", afirmou Mattos.